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terça-feira, 1 de dezembro de 2009
MEMÓRIAS DE F. VIEIRA DE SÁ
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
MURO DE BERLIM
«O Muro de Berlim ruiu e o seu entulho fez a prosperidade de uma nova indústria de amuletos e bentinhos, a reforçar o filão das relíquias milagreiras, os escapulários das terras do Evangelho em vias de extinção. A poderosa União Soviética desmoronou-se como um baralho de cartas. Abolidas a foice e o martelo, ficou em seu lugar o histrião desfraldando o pavilhão - matriz da águia bicéfala - da fulgente, autocrática e imperial grande Rússia, agora de regresso, metamorfoseada de democrática, ao convívio das nações livres (?), depois de sepultada a medonha tirania. [...] Afirma-se mesmo, com dionisíaca e insciente euforia, que o Socialismo perdera a razão de ser por já não haver lugar à luta de classes, só porque foi decidido não haver classes. E também não haver ideologias. [...]
sábado, 31 de outubro de 2009
TEMPOS PASSADOS QUE PARECEM DE HOJE - ATÉ HÁ POETA!

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento,
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos, - só! - por seu ofício,
Receber, a bem dele... e da nação.
Em 1969 no dia de uma reunião de antigos alunos, assino este soneto
José Régio
sábado, 17 de outubro de 2009
CONCEITOS ETERNOS QUE VALE A PENA RECORDAR
«NESTA FARSA HA TODAVIA UMA
MORALIDADE. VEJA-SE COMO O
MUNDO SE ACHA EM CARNE VIVA,
E QUÃO DÉBIL É A ATADURA
ENTRE UM GOVERNO ABSOLUTO
E O SEU POVO! UM FOGUETE
DADO A DESHORAS PODE TALVEZ
DECIDIR A SORTE DE PORTUGAL»
Almeida Garrett, «O Palinuro», Jornal do Exílio, Londres 17 de Outubro de 1830
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
ENCONTRO EM MANTELÃES COM UM GRANDE VULTO DA REPÚBLICA
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
ADIVINHA
Aceitam-se respostas para a caixa de comentários deste blogue ou para f.vieiradesa@gmail.com
Fernando Vieira de Sá
23 de Setembro de 2009
AINDA SOBRE O SIGNO ANIVERSARIANTE - A PROPÓSITO DE UMA PRENDA VALIOSA




NA EVOLUÇÃO
DE UM REGIME QUE
TEM COMO ÍCONE
DE EXPORTAÇÃO
UM ASSASSINO:
"CHE" GUEVARA»
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
AGRADECIMENTO
Longe estava de ser alvo da vaga de felicitações vindas do espaço «Internet», saudando-me pelos meus 95 anos de existência, parecendo querer disputar façanha de paciência e teimosia, como se estivesse maldosamente a dificultar a vida à Caixa de Aposentações, procurando baralhar os cálculos e as percentagens aos responsáveis das contas da sustentabilidade de fundos face à rentabilidade que um montão de tropeços parece querer sabotar.
Segundo a afirmação de um probo sacerdote em homilia versada em missa de núpcias, onde os jovens abundavam acompanhando os nubentes e nós assistíamos por deferência com os pais do noivo, o dito sacerdote evocava aos crentes, e não tanto, acusando, erguendo os braços ao céu: «Essa velhada que por aí anda, que não faz nada e para a qual todos nós pagamos...». Palavras ditas de cima de um púlpito cristão. Abençoadas palavras entre os crentes... O silêncio calou. A intenção, ao que parece, teria sido a de querer ser simpático à jovem assistência presente na mira de arranjar freguesia. Já fora do templo cochichava-se o episódio. Valha a verdade, inédita descaidela.
Podia este crime longevidade (que faz o desespero dos «manga-de-alpaca» e o inconformismo do cura desbocado) passar oculto. Pela minha parte nada fiz de motu proprio para suscitar tal desaforo do clérigo, prejudicando os cálculos dos honestos (por enquanto) responsáveis devotados à nossa Segurança Social, bem como das nossas almas sob custódia do Divino Senhor, como se sabe...
Contrariamente, fiquei sensibilizado com tantas palavras de incentivo à vida vindas de amigos e amigas, por vezes de longe e de fora de Portugal ou pensando eu já ausentes em qualquer memória.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
AINDA OS 95 ANOS DE VIEIRA DE SÁ - DEPOIMENTO DE JOSÉ VEIGA SIMÃO
Meu Caro Amigo
O Vieira de Sá faz 95 anos, hoje dia 20 de Julho de 2009. Tenho imensa pena da inclemência de obrigações que nos comandam a vida, não ter permitido, nos últimos quinze anos, manter consigo os diálogos frontais e criativos em que a dureza saudável de opiniões diversas era alimento natural da adesão ao objectivo último: servir e prestigiar o nosso Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial e, através dele, o Estado português. A amizade com Vieira de Sá transcendia e sublimava convicções políticas. O Presidente do LNETI viu sempre nele o investigador culto, actualizado e competente, um obreiro exemplar de uma instituição ao serviço das empresas familiares e das pequenas e médias empresas, tão desprezadas pela maioria dos governos, para quem os negócios da intermediação são prioritários em relação aos negócios da criação. O resultado para o País é conhecido.
Apesar de tudo, a verdade é que muitas empresas inovadoras na área das indústrias agro-alimentares do norte ao sul do País, do continente às regiões autónomas, beneficiaram das iniciativas e actividades que a “equipa de Vieira de Sá” realizou ao longo de muitos anos, desde os tempos do Instituto Nacional de Investigação Industrial. O saber, o saber fazer e o fazer desses técnicos e investigadores foi absorvido por centenas de empresas e permanecerá como fermento da renovação necessária a uma equilibrada industrialização do País, que novas gerações, alguns, seus discípulos, haverão de protagonizar. Os 95 anos não afastam a esperança.
As leis imorais que abrem portas a negócios de património científico e tecnológico, conquistado pelo esforço de muitos e com apoio internacional, associadas a práticas de gestão duvidosa determinaram processos lentos de extinção, incoerentes como aconteceu ao LNETI, em nome de falsos reformismos, não serão suficientes para destruir “escolas de saber”, como a de Vieira de Sá.
Fernando Vieira de Sá permanece como símbolo de dedicação ao trabalho sério e honrado, de alguém que continua a sonhar com um futuro melhor para a “inteligência nacional”.
José Veiga Simão
18.8.09
segunda-feira, 20 de julho de 2009
FERNANDO VIEIRA DE SÁ - 95 ANOS
Já somos ambos membros do “Clube dos Macróbios”!
Eu faço, em Novembro, 90 anos… Tu, hoje, fazes 95… Começamos a estar um pouco velhos… Mais dia, menos dia, começam a chamar-nos “velhotes”!…
Enquanto tal não acontece, porém, aqui vai um Grande Abraço de Parabéns, pelo dia de hoje, com o desejo que “contes muitos e bons”, como antigamente se dizia…
Pergunto, a mim próprio: Qual a razão que nos liga? Será apenas o facto de termos um bisavô comum?
Na realidade, se os primeiros anos da nossa infância decorreram num ambiente familiar, em breve, os nossos caminhos da vida afastaram-nos e, no decurso de mais de 40 anos, só vagamente, por um ou outro parente, por amigos comuns, tinha notícias suas e acompanhei a sua brilhante carreira… O seu diploma de Médico Veterinário; o seu primeiro abordar dos problemas relacionados com a produção e utilização do leite e dos seus derivados; a sua estadia em Inglaterra – em plena II Guerra Mundial – como bolseiro do Instituto de Alta Cultura; a sua pertença à FAO e as suas aventuras no Brasil, no México, na Tailândia e no Paquistão, em Angola e em Moçambique, etc., divulgando as vantagens do consumo do leite e dos seus derivados, entre populações subdesenvolvidas e exploradas, com fome, ignorância e superstição…
Escrevendo, denunciando e protestando corajosamente contra situações de miséria; criando e organizando unidades, economicamente viáveis, para a produção integral do leite e seus produtos… Que sei eu… Na sua luta contra a miséria talvez chegasse a ir vender, ou dar, leite até “casa do Diabo mais velho”…
Um pouco menos jovem, continua a escrever, agora, as suas memórias…
Em Abril de 2004, vi – via Internet – a notícia da inserção na colecção «Percursos da Memória», edição Moinho de Papel, de um novo livro de Fernando Vieira de Sá, recordando Bento de Jesus Caraça e a «Biblioteca Cosmos». Ora eu, dada a minha formação matemática, fui e sou admirador de Bento Caraça, de todos os seus trabalhos, particularmente, dos Conceitos Fundamentais da Matemática, salvo erro segundo volume da «Biblioteca Cosmos».
Imensamente interessado com a notícia, resolvi telefonar a Fernando Vieira de Sá e daí surgiu uma nova fase das nossas vidas e das nossas relações… É com prazer que recordamos familiares já desaparecidos; episódios da nossa infância; amigos, preocupações e interesses comuns…
Mas encontrei, sobretudo, para além do investigador sábio e realista, alguém muito delicado e muito sensível, respeitador do pensamento e das ideias dos outros, sem que isso impeça, no entanto, a assunção corajosa e recta das suas próprias ideias e ideais…
Fernando Vieira de Sá é um homem recto… Um homem que tem por hábito “falar claro e m… direito”…
FERNANDO:
Aqui segue um Grande Abraço de Parabéns, pelo dia de hoje, com o desejo que “contes muitos e bons”, como antigamente se dizia…
RUY [Ruy de Paiva e Pona]
Embora o nosso convívio se tenha iniciado só há uns anos, para mim, nas minhas recordações, o Vieira de Sá é já uma vivência muito antiga. Não conheci pessoalmente a Maria Elvira, mas quando visito o Vieira de Sá, a sua presença é permanente!
São inesquecíveis os bons tempos passados com queridos e bons Amigos! Recordamos com saudade o “nosso” General Vasco Gonçalves e o encantador José Branco Rodrigues.
20 de Julho de 2009
Manuel Machado Sá Marques
Imagino não ser nada fácil ter 95 anos!
Dizia algures no seu blogue, que, nas conversas com os amigos, já não se falava de futuro, mas apenas do passado das suas vidas. Mas, a meu ver, é de futuro que se trata, quando disponibiliza ao público as suas vivências, as suas ideias, contributo precioso aos que, no activo, buscam referências nos caminhos percorridos por outros.
Fico sempre emocionada quando penso no Dr. Vieira de Sá, com 95 anos, que continua, como homem empenhado que sempre foi, a sua luta por um mundo melhor, utilizando agora as armas do momento.
Dia 20 de Julho! Nesta data bonita, se eu pudesse, segurava bem a sua mão e, sentindo fresco da manhã no rosto, subiríamos a um ponto alto da Estrela, para assistir ao nascer do sol. Antes de descer, dir-lhe-ia acreditar, que os pequenos passos conseguidos, dos que lutam por causas nobres, só poderão conduzir à Paz!
O meu abraço muito amigo de parabéns e os meus votos de boa saúde.
Caro Vieira de Sá, conhecê-lo e ter a honra de conviver consigo (a maior parte das vezes por telefone) é maravilhoso!
Agradeço-lhe a sua juventude e, mais do que tudo, o partilhar comigo algumas das suas muitas histórias, sempre tão ricas e cheias de sabedoria.
O Vieira de Sá é um exemplo para todos nós com a sua Grande Vida e sobretudo para todos quantos passam a vida a lamentar-se de tudo, mas que nada fazem para mudar.
Prova do grande ser humano que é, continua independente e capaz de tudo fazer com grande autonomia. Os seus chás são os melhores!
É com carinho que recordo o dia em que lhe disse que ainda chegava aos 100 anos, ao que o Vieira de Sá me respondeu: «Não me deseje isso, é o pior que me podem desejar, pois já não tenho com quem partilhar as minhas lembranças». Nós - eu, o Luís e os nossos filhos, que gostam muito de si - não conhecemos as coisas tal como as viu mas estaremos sempre presentes para o ouvir falar delas e das suas vivências com muito carinho e amizade.
Ao recordar, quando o sol nascia, que completas hoje 95 anos, abri a janela, contemplei os campos de Serpa na lonjura da planície alentejana, meditei durante alguns minutos sobre a tua longa e bela caminhada pela estrada da vida e pensei: o Fernando, sempre resmungão e julgando-se um pouco esquecido, tem um talento especial para demolir os contra-revolucionários e toda a escória humana que em Portugal se mascara de esquerda, mas ignora o que os amigos pensam dele.
Eu sou um deles .
Nos últimos anos raramente nos temos encontrado porque vivo longe de Lisboa. Mas estás presente em mim diariamente. Numa síntese do teu perfil direi que reforça a esperança verificar que neste tempo de crise global da civilização existem homens como tu.
Pelo teu eticismo, pela coerência e firmeza do teu combate desde a juventude pela revolução social, pela tenacidade com que colocaste o teu talento de cientista e escritor ao serviço das grandes causas – vejo em ti, Fernando, não apenas um humanista mas o paradigma do revolucionário exemplar. Até no amor foste grande, na relação de contornos quase mágicos que mantiveste com a Maria Elvira, tua companheira.
Uma solidariedade comum com os povos do Terceiro Mundo em luta pela independência autêntica abriu portas a intermináveis conversas sobre países que ambos conhecemos bem e que amamos, sobretudo o México, o Afeganistão e Cuba. Mais de uma vez, recordando as tuas lutas, sobem na minha memória personagens da grande geração de revolucionários russos de 17 porque há em ti traços do carácter dessa gente maravilhosa.
Falo com frequência da vida útil que difere da biológica. Também ai és uma inflorescência. Aos 95 anos continuas a pensar e escrever como um jovem.
Aguardando a festa do teu centenário, aqui vai o abraço de parabéns do teu amigo e camarada
É com muita alegria que lhe dou os meus parabéns e desejo que continue com saúde, com actividades diversas, nomeadamente com a escrita, que tanto agrada e enriquece o leitor. Refiro, nomeadamente, as Cartas na Mesa, que tanto prazer me deu, pela beleza da sua escrita e pelo interesse do seu conteúdo.
Penso neste dia 20, no convívio em Cascais, com os meus Pais, posteriormente no Algarve, em casa dos meus Tios. É sempre com grande prazer que me lembro das conversas vivas em que também participei um pouco e na amizade genuína que testemunhei.Lembro igualmente o apoio do Dr. Vieira de Sá em momentos difíceis, quando o meu Pai foi operado ou na doença do meu Tio José Branco Rodrigues.
Gosto sempre muito de contactar com o Dr.Vieira de Sá, pessoalmente ou via telefónica/ mail, de participar no seu convívio, de dar continuidade, conjuntamente com a minha Mãe (ou com os meus irmãos) à amizade que existia com o meu Pai, toda a alegria da amizade que a solidariedade e identidade de valores consolida.
Fernando Vieira de Sá
MUITOS PARABÉNS!
Ao pensar em si, não podemos nunca deixar de evocar a Sra. D. Maria Elvira, a sua companheira, senhora de extraordinárias inteligência, doçura e sensibilidade cujo sorriso e olhar, brilhantes, nos permanecem na memória impregnada de saudade e ternura, por ela.
O casal Vieira de Sá, destacava-se no grupo dos grandes amigos de nossos pais, Aida e Vasco.
Uma profunda comunhão de ideias e empatia pessoais, uniu os dois casais numa dadivosa amizade e profícua cumplicidade. Os sentimentos que nutriam entre si, construíram, uma muito enriquecedora e exemplar ligação, plena de afectos, lealdade, integridade, que, estamos certos, lhes proporcionou uma profunda alegria nas suas vidas.
A conversa, cujo nível e profundidade de análise os arrebatava, horas sem fim. Os temas interessantíssimos, onde se evidenciava a notável riqueza e experiência de vida do casal Vieira de Sá, as fabulosas histórias narradas com o requintado humor que a sua extraordinária inteligência confere a Fernando Vieira de Sá, enfim, os acalorados e cúmplices debates sobre todo o tipo de assuntos, constituíram o sedimento dessa exemplar amizade.
Dos encontros, muito frequentes, recordo as visitas à “casa de Sesimbra”, de onde os nossos pais, vinham sempre maravilhados pelo convívio, pela beleza da obra de arquitectura e dos jardins, onde as plantas e as flores eram amorosamente escolhidas e cuidadas pela Sra. D. Maria Elvira.
Quando vinham a Cascais eram, também, formidáveis sessões e serões de conversa.
A profunda amizade e companheirismo entre Vasco e Fernando, levou-os a um convívio intenso, a partilharem férias, enfim, a conversarem todos os dias, nem que fosse só por telefone.
A Maria Elvira e o Vasco partiram.
A Aida e o Fernando perduram a amizade.
Alguns “ incómodos” da passagem dos anos, remeteram-nos às suas casas.
O Fernando mantém o convívio com lindos ramos de flores que, gentilmente, faz chegar a casa da Aida, nos dias comemorativos, acompanhados de cartões com comoventes dizeres que a levam a sorrir e a enchem de saudade.
Um grande bem-haja, Sr. Dr., pela amizade com que distinguiu nossos pais.
Continue a escrever, por favor, pois o seu saber acumulado é imenso e nós precisamos tanto de aprender, como precisamos imenso de si.
É uma felicidade e um privilégio conhecê-lo e dedicar-nos a sua amizade.
4 Grandes e Apertados Abraços Muito Amigos
Anos depois viemos a ser “colegas” na FAO, embora em áreas distintas. Apraz-me recordar o prestígio profissional de que o Fernando Vieira de Sá gozava, aliado ao respeito que merecia como funcionário internacional ao serviço dos valores das Nações Unidas e da cooperação entre os povos.
Depois das ricas e humanas memórias que escreveu e que tivemos o prazer de ler, não vou aqui evocar os episódios de que foi actor e que revelam o sistema de valores sociais que sempre marcaram as suas atitudes e relação com os outros.
Tivemos, depois do 25 de Abril, várias oportunidades de colaborar e de nos encontrar entre amigos, em Portugal. Vêm-me à memória os bons momentos que partilhámos num pequeno restaurante do Cais do Sodré, conjuntamente com o Dr. Herculano Vilela, como “cobaias” de um novo queijo que o Fernando tinha produzido e queria “testar”…
Fomos mantendo contacto à volta de efemérides e batalhas políticas e cívicas ao longo de todos estes anos, partilhadas com grandes amigos já desaparecidos como António e Vasco Gonçalves, Monteiro Baptista, José Branco Rodrigues e com outros que continuam coerentemente a defender os ideais e objectivos de Abril.
Nos tempos que correm, neste mundo globalizado – que rima como mercantilizado – saudamos, a Maria Eduarda e eu, nesta data, e com amizade, a solidariedade humana e a frontalidade das posições do Fernando que nos encoraja a todos a não baixar os braços na busca de um mundo melhor.
Mário Ruivo
20 de Julho de 2009
Não podia deixar passar este dia em que completas 95 anos sem deixar o meu testemunho de amizade e admiração por mais um aniversário, numa vida de Homem que sonhou, realizou e teve uma vida exemplar, de cidadão, dirigente, colega de trabalho e amigo.
Desde o tempo em que me foste apresentado como “chefe” do Departamento de Tecnologia e Indústrias Alimentares, onde era estagiária, que desenvolvemos uma amizade que ainda hoje perdura. Foste, sem me ter dado conta na altura, uma pessoa que pelo exemplo moldou a minha forma de estar na vida. O rigor, o sentido crítico, a insatisfação constante, o tentar fazer sempre melhor, a transparência na conduta, o não se conformar com o estabelecido, a liderança sem subserviência e sua importância na realização de projectos, os objectivos com prioridade no colectivo, o entusiasmo.
A postura de Serviço Público que imprimias ao Departamento no apoio técnico dado às Indústrias Alimentares, como se pretende actualmente, era já feito nos finais dos anos 60 com formação a quadros das empresas, apoio analítico e consultadoria, transferência tecnológica e inovação.
Tenho presente a tua sempre pronta colaboração na leitura crítica de textos e da minha tese de Doutoramento.
As horas de conversa quando nos encontramos! Conseguimos estar horas a falar sobre diversos temas deliciando-me e aprendendo com a tua vasta cultura e com a boa disposição e o sentido de humor que te é peculiar, narras factos e episódios por ti vividos, aqui ou no estrangeiro, recentes ou de há muito tempo, afirmando a tua prodigiosa memória.
Por vezes, no quotidiano vamos espaçando os contactos, até porque distamos nas nossas residências de cerca de 500 Km, mas nem por isso a amizade sofre qualquer beliscadela e muitas vezes damos connosco a pensar se o melhor da vida não será o cultivar das verdadeiras amizades!
É um privilégio ter-te como amigo. No dia dos teus 95 anos, quero associar-me ao grupo de amigos que te envia um grande abraço de Parabéns.
Decerto haverá outros muito mais habilitados a escrever sobre o amigo Fernando. O nosso convívio não vem de há muito tempo, nem tem sido muito assíduo. Muito do nosso conhecimento começou por ser indirecto: ao paginar os seus livros, mesmo antes de nos conhecermos, fui-me apercebendo, e tornando admirador, da frontalidade do seu carácter, da sua intransigência na defesa dos seus ideais. Nos escassos — mas ricos — encontros que tivémos, pude confirmar esses traços, mas também experimentar a sua simpatia, o seu sentido de humor, a sua agradável convivialidade. Em suma, rapidamente reconheci na sua pessoa aquilo que posso identificar como mais um rico exemplo de vida e de conduta cívica. É por isso que, sempre, e sobretudo nesta data simbólica, lhe quero deixar um forte abraço de reconhecimento e de felicitações. Os meus sinceros parabéns!
Joaquim António Silva
Parabéns, Fernando, pelo teu aniversário!
Um beijo
Foi o livro Cartas na Mesa (2004) que me revelou a escrita de Fernando Vieira de Sá e fez nascer a vontade de o conhecer pessoalmente. Era a minha vertente de investigadora a segredar-me que o Fernando personificava uma riqueza vivencial extremamente importante para a nossa contemporaneidade. E não me enganava.
O nosso encontro aconteceria no lançamento do livro Ecos do México (11 de Novembro de 2005) na Associação 25 de Abril, numa sala a transbordar de amigos e admiradores, e a visita a sua casa passados alguns dias.
Entrar naquela casa, ali à Lapa, foi um deslumbramento que ainda hoje se mantém. Nela proliferam os livros e as obras de arte a testemunharem as mais diversificadas andanças de uma vida. Tal como pontificam as memórias dos afectos que foi semeando pelos caminhos percorridos e, sobretudo, a «presença viva» da sua companheira da longa caminhada, a sra D. Elvira, há anos desaparecida e que muito gostaria de ter conhecido.
Conhecer-te, Fernando, foi das experiências mais ricas da minha vida. Ter-te como Amigo, um privilégio de que me sinto para sempre devedora.
Por isso te visito sempre com o maior prazer e passo horas em amenas conversas, muitas vezes num regresso ao passado que me seduz. Porque junto a ti nunca damos pelo passar das horas.
És um ser humano de excepção. Admiro a tua coragem, a tua verticalidade, a tua combatividade e o teu carácter impoluto que nortearam uma vida caldeada pelos ideais republicanos, pela luta contra a ditadura e pelas utopias que Abril nos trouxe. E em que continuamos a acreditar.
Parabéns, querido Fernando!
domingo, 12 de julho de 2009
ANTÓNIO MARTINS MENDES - UM GRANDE VETERINÁRIO
domingo, 5 de julho de 2009
VASCO GONÇALVES - PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA
Fico sempre seduzida pela maneira afectuosa e simultâneamente pedagógica como evocas os amigos da tua vida.Vasco Gonçalves foi, para além do amigo que evocas, um homem excepcional a quem todos muito devemos. Foi a nossa utopia tornada realidade... ainda que por pouco tempo... porém, o suficiente para ficar na História como o Grande Amigo do Povo Português. Pena não ter seguidores. Júlia Coutinho [19 de Junho de 2009]
Li, com todo o interesse, o in-memoria que escreveste comemorando o 4º aniversário da morte do General Vasco Gonçalves. Nele encontro, uma vez mais, toda a tua delicadeza e sensibilidade em relação àqueles que merecem, ou mereceram, o teu respeito e a tua amizade.
“Quando a esmola é grande, o pobre desconfia...”
É nessa desconfiança, na sua experiência de milénios, que reside toda a sua resistência à mudança e aos reformadores...
A primeira geração não chegou lá...
«Sob o ponto de vista económico, social, intelectual e emotivo, o mundo actual tende a sair fora dos limites do seu Sistema Histórico, mas reage contra esta tendência porque outro Sistema Histórico significa outra civilização. Ora este Presente é já Passado e simultâneamente é já Futuro pois que o período de declínio de um Sistema, o seu período de decadência é, ao mesmo tempo, o prelúdio de um novo Sistema. Por esta razão, a decomposição, a desagregação actual está grávida de futuro e contém nas suas entranhas um mundo novo, uma nova civilização mas num reflexo instintivo de vida e de conservação, reage e tenta conservar o seu próprio Sistema.»
A passagem, de um Sistema para o outro Sistema, exige tempo...
Um abraço do
Ruy [30 de Junho de 2009]
quinta-feira, 11 de junho de 2009
EM MEMÓRIA DE VASCO GONÇALVES, FALECIDO A 11 E SEPULTADO A 13 DE JUNHO DE 2005
Paga o justo pelo pecador
Perante isto, o ícone-adivinho deve ter ficado orgulhoso pelo seu palpite, evitar a ditadura dos maltrapilhos e malcheirosos. Opções. Pergunta-se agora ao Bandarra moderno o que chama a isto que se está presenciando. Ilusionismo? Falperra? Democracia? Ciência? Drama?
Ninguém foi preso
Com este fim, que é do conhecimento de todo o cidadão atónito, a figura de Vasco Gonçalves avoluma-se agigantadamente, Por isso foi incinerado seu nome, sua figura, seu tempo, ao ponto de, aquando da última celebração do 25 de Abril, haver programas televisivos em que o nome de Vasco Gonçalves nunca foi proferido... uma forma de fuzilamento da figura.
Anda cá abaixo ó Marquês... Socorro
O desaparecimento físico de Vasco Gonçalves foi sentido em todo o Portugal por todos aqueles que sonhavam numa Era de irmandade, de solidariedade, progresso. Lembrai o 1º de Maio do ano da Revolução. Quem nesse dia participou nunca mais se esquecerá e nunca mais irá assistir a um momento igual, que desfaz totalmente a ideia reaccionária de pensar que o povo não sabe de que lado está a honra, a verdade, o futuro da Nação. Isso sentiu-se, espelhou-se nos milhares de cidadãos que o acompanharam até à campa, na certeza que ficará na História e na memória de todos aqueles que acreditaram na sua imaculidade política e cívica.
sábado, 23 de maio de 2009
PARA A HISTÓRIA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
Lisboa, 03 de Dezembro de 1997
Acuso a recepção da v. prezada carta-circular de 9 de Setembro que muito agradeço e à qual excepcionalmente vou responder.