Recebemos um belíssimo e enternecedor texto-testemunho de Angelina Barbosa, recordando os tempos de trabalho no Parque Natural da Serra da Estrela e o contacto com Vieira de Sá, Maria Elvira e netos. Aproveitamos para agradecer esta participação e para solicitar, a quem o desejar, outros testemunhos.
Apenas um testemunho
Foi há 28 anos! Ao folhear estes livros, que agora me chegaram, vem-me à memória os meus primeiros anos de trabalho no Parque Natural da Serra da Estrela.
Estava em causa o pastoreio e o queijo artesanal. Uma actividade de grande tradição e, claro, se houvesse vontade, de grande futuro.
Uma equipa de técnicos com formação social, foi chamada a elaborar um programa, faseado no tempo, com o objectivo de dar um novo fôlego a esta actividade. E um conjunto de iniciativas foram sendo concretizadas, nomeadamente, o estudo de caracterização do pastoreio e a organização de concursos para apuramento da qualidade.
Faltava a componente técnica. E surge o nome do Dr. Vieira de Sá. Um dos elementos da equipa conhecia o seu trabalho de investigação acerca do queijo artesanal de ovelha, por terras da Estrela.
Não me era estranho o nome. Soube agora que trabalhou durante algum tempo na região de Aveiro, onde nasci. Sendo duma família de agricultores então produtora de leite, provavelmente um nome referido lá em casa e captado ainda em criança.
Organizado o regulamento do concurso, fomos ao LNETI, pedir a sua opinião e também apoio de um técnico que integrasse o júri. Éramos uma equipa de três elementos. Uma ligeira espera e mandaram-nos entrar. Apresentações feitas, dissemos ao que vínhamos. Depois de alguns ajustes ao texto do regulamento, surge a frase “ Sim eu mesmo irei”. Não veio só. Da sua equipa veio também a Dra Manuela Barbosa.
“Sim eu mesmo irei”. Tudo tão simples! Situação rara neste nosso país.
Quando saímos do LNETI, estávamos entusiasmadíssimos, pela resposta afirmativa. Éramos agora uma equipa mais completa e, sobretudo, muito motivada.
E durante cinco anos, no período de Carnaval, trabalhou connosco. E sempre o acompanhou Maria Elvira, sua mulher e, quando possível, os seus netos.
Foram anos de trabalho em prol da qualidade do Queijo Serra da Estrela, uma experiência marcante, pelos resultados conseguidos, pelo muito que aprendi e, sobretudo, pela Amizade, que o tempo não conseguiu apagar, quando a vida naturalmente nos traçou outros destinos. Para mim um privilégio.
Lembro com emoção e muita saudade a sua mulher, Maria Elvira. A serenidade, a lucidez, o sorriso, a sua palavra amiga. A minha sentida homenagem.
E agora, olho estes títulos e acho que sou uma pessoa com sorte. Eu tenho nas minhas mãos as obras, com o registo de vida, que o Dr. Vieira de Sá nos quis deixar!
Reconhecida, envio daqui o meu abraço amigo.
Angelina de Sousa Barbosa
3/07/08
Foi há 28 anos! Ao folhear estes livros, que agora me chegaram, vem-me à memória os meus primeiros anos de trabalho no Parque Natural da Serra da Estrela.
Estava em causa o pastoreio e o queijo artesanal. Uma actividade de grande tradição e, claro, se houvesse vontade, de grande futuro.
Uma equipa de técnicos com formação social, foi chamada a elaborar um programa, faseado no tempo, com o objectivo de dar um novo fôlego a esta actividade. E um conjunto de iniciativas foram sendo concretizadas, nomeadamente, o estudo de caracterização do pastoreio e a organização de concursos para apuramento da qualidade.
Faltava a componente técnica. E surge o nome do Dr. Vieira de Sá. Um dos elementos da equipa conhecia o seu trabalho de investigação acerca do queijo artesanal de ovelha, por terras da Estrela.
Não me era estranho o nome. Soube agora que trabalhou durante algum tempo na região de Aveiro, onde nasci. Sendo duma família de agricultores então produtora de leite, provavelmente um nome referido lá em casa e captado ainda em criança.
Organizado o regulamento do concurso, fomos ao LNETI, pedir a sua opinião e também apoio de um técnico que integrasse o júri. Éramos uma equipa de três elementos. Uma ligeira espera e mandaram-nos entrar. Apresentações feitas, dissemos ao que vínhamos. Depois de alguns ajustes ao texto do regulamento, surge a frase “ Sim eu mesmo irei”. Não veio só. Da sua equipa veio também a Dra Manuela Barbosa.
“Sim eu mesmo irei”. Tudo tão simples! Situação rara neste nosso país.
Quando saímos do LNETI, estávamos entusiasmadíssimos, pela resposta afirmativa. Éramos agora uma equipa mais completa e, sobretudo, muito motivada.
E durante cinco anos, no período de Carnaval, trabalhou connosco. E sempre o acompanhou Maria Elvira, sua mulher e, quando possível, os seus netos.
Foram anos de trabalho em prol da qualidade do Queijo Serra da Estrela, uma experiência marcante, pelos resultados conseguidos, pelo muito que aprendi e, sobretudo, pela Amizade, que o tempo não conseguiu apagar, quando a vida naturalmente nos traçou outros destinos. Para mim um privilégio.
Lembro com emoção e muita saudade a sua mulher, Maria Elvira. A serenidade, a lucidez, o sorriso, a sua palavra amiga. A minha sentida homenagem.
E agora, olho estes títulos e acho que sou uma pessoa com sorte. Eu tenho nas minhas mãos as obras, com o registo de vida, que o Dr. Vieira de Sá nos quis deixar!
Reconhecida, envio daqui o meu abraço amigo.
Angelina de Sousa Barbosa
3/07/08
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