domingo, 11 de setembro de 2011

LUTA CONTRA A FOME - O HOMEM QUE QUER SER O 1º E ATÉ ELE SE RI (II)


«PERFIL: JOSÉ GRAZIANO DA SILVA» [Diário de Notícias de 23 de Julho de 2011]

Toma-se este trecho resultado de entrevista, telefónica ou equivalente, do jornalista Abel Coelho de Morais à figura, dando-lhe um personalismo só atingido por directa informação que neste caso é flagrante.

Ao reler a peça anterior sobre o mesmo tema fiquei na dúvida do interesse deste acrescento, dado que aí já estava a suficiente prova para julgar a personagem em questão. Contudo e à laia de cereja cristalizada no topo do pudim, lá vai este pequeno remate que enfeita e não molesta, só enoja.
Trata-se assim de uma personalidade cuja fotografia encabeça o texto anterior com o seu próprio semblante, escrevi a propósito de Josué de Castro, o verdadeiro progenitor e primeiro presidente da FAO por razões históricas já comentadas, e que Graziano, das duas uma: ou desconhece a sua existência sem mais escusa, e não sabe o ABC da história em que se quer infiltrar, e sendo assim o Sr. Graziano é um arrivista; ou o Sr. Graziano é um almocreve sem escrúpulos, falseando a história, tudo para se vender como primeiro brasileiro a ocupar a presidência da FAO, não tendo escrúpulos em vender a alma ao diabo.
Não contente com isto, na entrevista (?) lê-se um grande reportório donde se respigam sentenças que são verdadeiros foguetes de artifício mais virados para uma campanha eleitoral, visando qualquer poleiro vago, do que elucidar o indefeso cidadão quanto aos gravíssimos problemas da fome, apontando para a chaga, a mazela sangrenta de uma civilização sem sentimentos humanísticos que não se confundem com a sua experiência marcada pelas suas vitórias sobre a FOME ZERO, a única verdade em termos de extinção mas também quanto ao progresso das verdadeiras fontes de miséria, onde germina o Nó Górdio, fonte da Fome, questão que é, repito, social e de vontade política que não existe.
Conclusão: Graziano vai repetir a experiência de Josué de Castro que resultou em fracasso, se bem que foi uma importante conclusão que não se justifica insistir e assim entreter a fome aos excedentes de população traduzida em desempregados e pedintes, as vítimas da mecanização por um lado, e a inclemência do capitalismo, por outro.
A máquina não se pode tomar como inimiga do Homem, a riqueza produzida exige contemplar todo o cidadão e não conduzir ao monopólio em qualquer dos seus parâmetros, evitando a fome.
A máquina é uma conquista da civilização, e esta não pode ser propriedade do capitalismo feroz e apátrido, mas sim do sangue derramado pelo povo. Recorde-se Aljubarrota.

Fernando Vieira de Sá

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