sábado, 4 de junho de 2011

VIOLÊNCIA EM CAUSA SEM QUALQUER PREOCUPAÇÃO DOS POLÍTICOS

Fica para trás mais uma campanha eleitoral que, como sempre, não passa de um preceito eleitoral, o que faz parte dos ritos democráticos e, tal como muitos outros, não passa disso.
Todos os arautos que se perfilam para participar da representação afinam as goelas para se afirmarem perante uma população que já não se sensibiliza com os discursos no entendimento que tudo é como dantes: todos "um contra todos" e "todos contra um". O Presidente da República lá do alto do poleiro pede para não mentirem ao povo incauto. Ele próprio, para não pecar, faz o esforço para não dizer nada, que é o melhor que pode fazer porque se abrir o bico também não adianta nada. A experiência aconselha.
Dentro deste panorama político, quando tudo acaba para o período de reflexão e se vai ao voto já tudo está combinado para que tudo fique na mesma. E assim vai passando o tempo, seguindo os mais sagrados preceitos da democracia, que é o que está em causa.
Dentro deste cenário político, poderia ainda tentar algum dado novo, pelo menos útil, na melhor das hipóteses que seja para introduzir qualquer coisa menos ou nada discutida, embora de pouco interesse e atraente para espectáculo. Contudo, e sendo um assunto da maior preocupação, não houve uma única palavra sobre ele durante a campanha e de todas as forças em campo. Na minha parca opinião o assunto ainda não está politizado e como tal não interessa por não atrair um único voto. Sendo assim, não se pode perder tempo em fantasias.

A violência não tem cor.

A verdade é que na nossa sociedade, no tempo que vivemos, cada vez mais se avolumam preocupações que se revelam em todas as imprensas e literaturas, o fenómeno chamado violência que se traduz em crimes dos mais preocupantes e selvagens que envergonham qualquer sociedade, pois nem nas sociedades mais primitivas se chegou à selvajaria que hoje é informada em qualquer meio de comunicação do mundo, em que Portugal é comparte, no cenário de cada dia. Trata-se do emergente homem novo, que leva à esquizofrenia desenvolvida pela vida humana, sobretudo centros de grandes cidades, cuja vida é sujeita a grande tensão nervosa, levando à doença.
É um assunto para larga discussão. Eu próprio no meu livro Viagem ao Correr da Pena (2004), no Prefácio (página 20 e ss) chamo a atenção para o facto. Dado este grande problema que atinge a sanidade da sociedade de forma trágica, apesar disto, os políticos viram-lhe as costas por ainda não haver reflexão para politizar o problema. O que acontece é que todos se encontram no mesma indiferença e o problema politicamente não dá fruto, isto é: voto. É vergonhoso.

Finalmente: sendo a violência um problema de grande preocupação social, nesta campanha não houve uma frase que fosse de alguma reflexão sobre tão dramático problema, por ser um fenómeno que ainda é olhado como "casos" da vida, quando afinal não é um "caso ou outro", é, sim, um problema dos mais difíceis e preocupantes por se tratar de uma gravíssima patologia.

Fernando Vieira de Sá
Lisboa, 4 de Junho de 2011

2 comentários:

Manuel disse...

Sempre atento e vigoroso!
Continua um revolucionário, que sabe ensinar.
Um apertado abraço!
Manuel Sá Marques

Anónimo disse...

Sugere-se a leitura deste artigo:

http://www.publico.pt/Sociedade/o-stress-da-cidade-esta-a-deixar-uma-marca-no-cerebro-das-pessoas_1499868

Blogue F. Vieira de Sá