«A minha sorte, porém, vinha sendo construída desde há muito mais tempo e penso muitas vezes: o que teria sido eu, ou o meu percurso, sem essa incomparável companheira que foi de todas as horas, cuja influência tão delicada e sábia não se fazia sentir, mas definitivamente actuava sempre com inteligência, bom-senso, humanismo, bondade e concórdia? Todos os que a conheceram e com ela conviveram nas mais diversas oportunidades a admiravam [...]. Quando, por excepção, [ocorria] algum daqueles vulgares atritos susceptíveis de criar cenários ou relacionamentos menos claros com as pessoas, Maria Elvira superava-os, voando muito mais alto, mostrando o seu distanciamento com a maior discrição, mas também com o seu grande carácter de mulher sensível, sem nunca deixar de manifestar a sua peremptória personalidade. A sua presença era, simultaneamente, a distinção de mãos dadas com a afabilidade. Renegava a idolatria. Não sei o que seria, mas não seria eu, nem nada de melhor. Se hoje me sinto realizado com aquilo que pretendi fazer nesta viagem pela existência a ela e só a ela o devo.»
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
MARIA ELVIRA [1917-1999]
No dia 5 de Fevereiro de 1917, faz hoje 92 anos, nasceu em Lisboa Maria Elvira Andrade Mendes de Magalhães. Para assinalar a data, aqui deixamos as palavras de Fernando Vieira de Sá a pp. 42-43 de Viagem ao Correr da Pena e o registo fotográfico da singela homenagem que se fez nas pp. 48 e 49 dessa mesma obra.
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1 comentário:
Linda homenagem à tua companheira de vida.
Ela foi uma grande Mulher.
Mas a forma como o reconheces e como perduras a sua memória, faz de ti, meu amigo, um grande Homem também.
Penso que vocês foram um dos casos (infelizmente raros) de companheirismo e de complementariedade mútua.
Um exemplo.
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