sábado, 25 de junho de 2011

AINDA UMA NICA SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO

Ouvindo as centenas de comentários via TV dos arautos do sistema em que assenta toda a política de Portugal e da Europa, sem dúvida bem pouco adequada ao país, mas nunca deixando de preparar o cidadão para as dificuldades acrescidas que nos esperam, uma questão que é a mais determinante de todas das que se faz a grande especulação sobre todos os aspectos intrínsecos do seu funcionamento na sociedade e valorização do país, uma questão, repito, que deveria ser a primeira das necessidades e mais determinante no quadro político, económico e social, não se ouviu uma palavra vinda de qualquer lado. É ela relativa à produção de riqueza, sobretudo das indústrias alimentares vindas dos campos abandonados e das costas marinhas - riquezas extraordinárias -, abandonadas, das indústrias metalomecânicas, onde chegámos a ter grande prestígio internacional, os estaleiros navais de construção e reparação muito procurados por estrangeiros, tudo isso tendo sido selvaticamente arrasado, ao ponto de Portugal se encontrar quase totalmente dependente das importações e dos especuladores. Tudo acontecido pelo palpite de «animais políticos», tal qual o seu fundador aconselhado pelo seu sentido de profeta que se quer esquecer.
E agora?
A ruptura existe. Mas, mesmo assim, continua a afirmar-se não haver saída, sabendo-se que existe, mas essa não agrada à grande finança sem pátria que Vasco Gonçalves combateu. Por isso foi abatido raivosamente com a ajuda dos Estados Unidos e do fatídico Carlucci e CIA, sob a bênção do "Animal Político".
A grande finança não foi afectada pela CRISE, pelo contrário, as grandes fortunas crescem diariamente, enquanto os impostos quase levam a medula àqueles que pagam tudo com o desemprego e afogados em impostos. Por outro lado, são os apartamentos mais luxuosos e os automóveis topo de gama que se vendem quando os mais baratos não têm procura.


Fernando Vieira de Sá
Lisboa, 23 de Junho de 2011

1 comentário:

Casimiro disse...

Portugal é viável e mais rico do que se imagina. Tenho presente um livro técnico de caprinicultura que o dr. Fernando Vieira de Sá escreveu há uns anos:"A Cabra", onde refere a grande riqueza de regiões que hoje estão abandonadas ou quase. Quase, porque os caprinicultores de regiões de montanha, Pampilhosa da Serra, Góis, Lousã, são estrangeiros que aproveitam as condições naturais que não têm na terra deles: pastagens espontâneas, matos naturais e biodiversos, ervas alimentícias para o gado na maior parte do ano: e têm explorações com as condições ideais que o sr. descreve, ou lá próximo. É com projectos de trabalho e investimento nestas áreas produtivas, nas pescas, na indústria, adequando as técnicas às condições naturais e tirando delas o melhor partido, que se consegue criar riqueza: alguns dos actuais detentores do poder, como o sr. Presidente da República, chegaram a pensar que um país só se modernizaria e desenvolveria se abandonasse o sector primário. Erro colossal, pois os países mais desenvolvidos são os que têm a agricultura mais desenvolvida. Obrigado pela sua inspiração dr. Vieira de Sá. O seu livro que acima referi é muito útil para mim e tem sido o guião para o projecto de caprinicultura que estou a desenvolver.